“Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. Nem se põe vinho novo em vasilha de couro velha; se o fizer, a vasilha rebentará, o vinho se derramará e a vasilha se estragará. Ao contrário, põe-se vinho novo em vasilha de couro nova; e ambos se conservam”.
(Mateus 9.16-17)
Para Jesus há uma clara distinção entre algo essencial e primário (o vinho) e algo secundário, mas também necessário e útil (os odres). Odres seriam supérfluos sem o vinho.
Essa distinção é fundamental para a vida diária da igreja. Existe aquilo que é novo, poderoso e essencial – o evangelho de Jesus Cristo. E existe aquilo que é secundário, subsidiário, feito por mãos humanas. São odres – tradições, estruturas e padrões de conduta e ação, que se desenvolveram ao redor do evangelho[i].
Logo, quando pensamos no evangelho enquanto o vinho, não há dúvida de que temos um vinho de excelente qualidade.
Todavia, precisamos pensar também nos odres, ou seja, nas formas, através das quais o evangelho está sendo apresentado. Há muita gente investindo o seu tempo e esforço a partir de diversos modelos para mundo que não existe mais.
Não obstante há aqueles que se encontram extremamente preocupados com os modelos (odres), mas não expõem o evangelho (vinho), e, quando o fazem não fazem de forma clara e completa.
A pós modernidade traz desafios imensuráveis para a igreja, visto que ela possui a preciosidade do evangelho, nem sempre sabe como transmiti-lo.
Qualquer semelhança não é mera coincidência
· Cerca de 95% de todas as igrejas da America do Norte têm cem pessoas ou menos num culto;
· Mais de 80% das igrejas americanas estabelecidas estão estagnadas ou em declínio;
· Todo ano, cerca de 3.500 a 4.000 igrejas morrem nos Estados Unidos[ii].
O que sugere a revitalização?
Para alguns revitalizar resume-se a idéia de inovar, trocar absolutamente tudo que é velho na igreja por algo novo;
Para outros revitalização é sinônimo de reprodução de modelos bem sucedidos: “se está dando certo lá, então pode dar certo aqui também”;
Há ainda aqueles que equiparam revitalização à crescimento de igreja.
Contudo, Revitalizar não significa inovar ou ainda reproduzir modelos bem sucedidos. Revitalizar é sim conduzir uma comunidade à compreensão do papel que Deus tem para ela no local onde ele mesmo a inseriu.
Pr. Carlos E. Borges